O projeto de revitalização da área também inclui o programa Adote uma Praça
Foto: José de Paula
Começou a funcionar nesta semana um espaço inovador na 506 Sul. A revitalização da passagem que fica entre os blocos do comércio na avenida W3 é um projeto do Adote uma Praça, coordenado pela secretaria de Projetos Especiais (Sepe).
Empresários da região se reuniram e decidiram mudar a cara do local, que se transformou em uma praça, um experimento social. “A W3, que já foi considerada a mais importante avenida comercial de Brasília, começou a atrair novamente novos investimentos e o Adote Uma Praça é um programa que estimula empresários e cidadãos a melhorarem a cidade”, explicou o secretário de Projetos Especiais, Everardo Gueiros.
Para o secretário, essa iniciativa vem se juntar a outras que começam a transformar as quadras da W3 Sul numa grande oportunidade de negócios.
O projeto Adote uma Praça na W3 Sul faz parte da revitalização da Avenida - Foto: José de Paula
Vendo essa oportunidade, um dos idealizadores do Projeto, Miguel Galvão, apresentou a proposta à Sepe que a enquadrou ao programa Adote Uma Praça. “Nós visualizamos aquela área como uma praça, que queremos batizar de Praça das Avós, já que Brasília com os 60 anos de idade é agora uma jovem avó”, esclareceu Galvão que já começou os trâmites para conseguir colocar esse nome no local.
Segundo a administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro, o beco da 506 Sul estava completamente degradado e o Adote Uma Praça permitiu a requalificação dessa área pública. “Esse programa é um gol de placa do GDF. Agora aquela região está super agradável, acessível e disponível para a comunidade”, pontuou.
São atendidas no projeto, as diretrizes contidas no Programa de Revitalização da via W3 Sul, no que se refere à melhoria das condições de circulação de pedestres e à qualificação dos espaços públicos do setor.
Para a Secretária Executiva da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Seduh), Giselle Moll, “A revitalização da Avenida W3 vai além das obras, é uma questão de gestão, de incentivo e de mudança de cultura. É preciso pensar e incentivar novas atividades para os locais, e esse tipo de iniciativa certamente é muito bem-vinda”, complementou.
A Seduh, responsável pelo planejamento urbano do Distrito Federal, é quem aprova os projetos arquitetônicos e urbanístico dos empreendimentos.
Obra
A obra de revitalização do espaço na 506 Sul contou com a substituição do piso de concreto; construção de rampa de acessibilidade com acesso pela W2; pintura da banca de revista que já existia no local; colocação de tablado fixo; criação de mobiliário urbano como cinzeiros, bebedouros, bancos, bicicletário, mesas de xadrez; e iluminação adicional.
Todo o complexo, que fica no bloco ao lado do beco, tem 400 m2 onde vão funcionar quatro lojas de alimentação, quatro de moda e design de móveis, dois estúdios de tatuagem, oito escritórios, uma mercearia colaborativa com 18 empreendedores itinerantes e mais 36 nichos colaborativos.
No beco, que foi revitalizado pelo Adote Uma Praça, funciona a parte de alimentação. São dois restaurantes, um café e uma pizzaria. Neste momento de distanciamento social, a parte de restaurantes está atendendo apenas no balcão ou no sistema de delivery. O uso de máscaras é obrigatório, para quem for retirar os alimentos no local.
Empreendedorismo
“São mais de 100 famílias envolvidas nesse projeto. Temos visto empresários que gasta 2 milhões de reais em obra e não trocam a calçada em frente, porque acham que o governo tem que fazer tudo”, ponderou o empresário.
De acordo com Galvão o momento social brasileiro é outro, onde todos são responsáveis também pela cidade. “O Estado desburocratizando, o agente privado tem a garantia de fazer uma coisa completa, bem feita e na legalidade”, completou.
Adote Uma Praça
Desde que foi criado, em 2019, o Adote Uma Praça já recebeu 57 pedidos de adoção, desses já foram finalizados e estão em funcionamento 10 projetos. E são 15 regiões administrativas com obras em andamento dentro do programa.
“Acredito que esse programa veio para mostrar que Brasília deixou de ser aquela capital do não pode para se transformar na cidade do ‘do que podemos fazer’”, defendeu o empresário Miguel Galvão que revelou também que novas atividades para a W3 Sul estão sendo estudadas e que em breve o corredor entre a 504 e a 508 vai se transformar num eixo cultural.
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